Caros
Irmãos, Homens de Desejo, Desconhecidos e Silenciosos, na Luz da Chama Trina.
Proporei
a cada um de vocês o retorno ao Paradigma Primordial, que será a base para a
possível implantação de uma ordem ou agrupamento martinista. Fiquei em
silêncio, mas procurei meditar e consultar meu coração. Depois de pensar muito,
orar até, e consultar dezenas (na verdade, centenas) de materiais martinistas e
afins, cheguei a uma conclusão.
Tenho,
hoje, como definição, que o martinismo é uma corrente mística e filosófica
deixada pelo Ph. Desc. Não é uma Ordem Iniciática modelada segundo as
aspirações ocultistas dos novecentos, tão cara aos europeus. Saint-Martin legou
uma herança muito simples, baseada nas palavras da Bíblia (sua companheira
diária), na Teurgia de Don Martinez e na Teosofia Boehmista. Nada mais.
Não
faz sentido um martinismo repleto de doutrinas esotéricas, rituais mágicos,
graus inefáveis, vestimentas simbólicas, tudo recheado com Ordens e Linhagens
paralelas: gnosticismo, templarismo, cabalismo, rosacrucianismo e hermetismo
(correntes Iniciáticas que floresceram no interior do Círculo de Estudos
Martinista do Mestre Papus, não na Ordem martinista, O Círculo de Philosophos
Incógnitos, ai se estudava Swedenborg e Willermoz).
Não
queremos mais uma Ordem Martinista, vagando neste mar de Ordens e desordens tão
humanas, não faz sentido. Devemos volta ao espírito original do fundador, seria
um refresco para a alma.
O
martinismo é evangélico, puro e "pobre"(singelo). Sem graus, passes,
esoterismos rebuscados, títulos e nomes exóticos (Sar, Mar, Tau...) ou baterias
de ruído maçônico. Uma fraternidade martinista, assim imagino, seria a reunião
de irmãos em busca do Cristo interior (que não é um estranho Eon de perfume
gnóstico), sentados em volta da viva Sagrada Escritura e meditando nas palavras
do mestre.
A
Bíblia, a Obra de Dom Martines de Pasqualy e de Saint-Martim. e os escritos de
Boehme, são suficientes. O Espírito faz o resto e transforma a vida, sem a
necessidade de palavras misteriosas ou invocações secretas. Portanto, não
iremos "montar" outro agrupamento. Queremos recuperar o tempo
perdido, buscando o graal escondido debaixo das cinzas da fogueira das vaidades
iniciáticas.
Ao
mesmo tempo, oferecemos o pouco que colhi, não de livros ou graus, mas do
encontro com iniciados sinceros, aos que solicitarem minha opinião. Isto não
invalida a busca por outras tradições, que respondem aos anseios de cada um.
Mas não ouso fazer mais uma espécie de misturada comidinha chinesa e chamar
isso de martinismo, para agradar os outros ou tapar buracos, que alguns cavaram
em sua desordenada e caótica busca pela espiritualidade. Sei que vocês também
aspiram a uma autêntica experiência com o Divino. Saberão, pois, usar o
discernimento.
Abraços
Tríplices.
Nenhum comentário:
Postar um comentário